terça-feira, 7 de junho de 2011

Papo de Competição

Faz tempo que não escrevo nada aqui no blog, queria pedir desculpas a aqueles que de alguma forma ou outra apreciam algo que escrevo ou produzo.
Nesses últimos tempos andei ocupado, não tão ocupado que não me permitisse vir aqui e escrever alguma coisa,  porém toda vez que eu pensava sobre o que escrever, existia algo que me impedia e me mostrava que aquele não era o momento, como que se de alguma forma eu estivesse no meio de uma etapa a cumprir, de um aprendizado,
Esse ano me preparei para o campeonato paranaense onde fui vice campeão, consegui classificação para disputar o brasileiro, mas optei por não participar e me preparar melhor para o ano que vem, pois meu raciocínio é bem simples, conheço o nível dos atletas que disputam o brasileiro e sei da distancia que tenho que percorrer para estar competitivo num campeonato desses, eu disse estar competitivo, e não ser apenas mais um a subir no palco num padrão meia boca.
Eu eu Paulo, o Grande Campeão

Então na semana seguinte do campeonato eu já estava começando a efetuar algumas mudanças que,  se tudo ocorrer satisfatoriamente  me conduzirão a estar mais pesado principalmente em membros inferiores para o próximo ano,  já consegui melhorar bastante desde o primeiro estreantes que ganhei, talvez para nível estadual mas nacionalmente falando o papo é outro e a minha categoria Class II (NABBA) é uma das mais difíceis que existe,
A primeira coisa que aquele que pensa em competir um dia deve ter em mente é que se você vai para um campeonato contando muito com o reconhecimento dos juízes existe uma grandiosa possibilidade de você voltar muito frustrado para casa. O pensamento correto é já considerar uma honra o fato de estar ali no pelotão dos melhores atletas e estar competitivo, e se você deu o melhor de você é isso o que importa. Quando existe uma grande diferença não existe espaço para a subjetividade, ou seja, quando você está indiscutivelmente melhor do que os outros atletas não tem como o troféu não vir para você.

Como eu não iria participar do Brasileiro, fui convidado pelo presidente da Federação Paulo Veloso para ser o técnico dos atletas do Paraná, pois no brasileiro são muitos atletas e cada estado tem seu técnico responsável, e isso para mim foi uma honra, principalmente por juntar 3 experiências:  competir, ser técnico e ser árbitro. Isso  me dá uma visão bem interessante do esporte, enfim, pude acompanhar  a saga dos atletas do Paraná no Campeonato Brasileiro e é sobre isso que escrevo agora. Também acompanhei a saga daqueles que ja sao mais velhos nos campeonatos e tem mais titulos, como Leocádio, Sergiao, Reinaldo, Paulo, etc, mas vou falar dos mais novos
Começarei falando daquele que se consagrou campeão Paraense e depois Brasileiro na Categoria Júnior,  Emmanuel Martyres




Emmanuel é uma figura muito conhecida na internet, antes de conhece-lo pessoalmente eu já tinha visto alguns de seus depoimentos em fóruns e comunidades. Inclusive a internet foi nossa forma de comunicação eventual, mesmo os dois morando na mesma cidade (Ctba-PR). Foi na preparação do paranaense mesmo que nos encontramos com mais freqüência,  ele dava uma passada na minha loja para me dar uma injeção de animo e eu outra nele, a primeira impressão que alguém pode ter deve é meio assustadora porque ele é grande e ainda é novo, mas é extremamente humilde e dócil, mas demonstra bem que sabe onde quer e pode chegar, tanto que chegou.

 Falo especificamente do caso dele aqui porque ele é um cara que não esconde nada, relata tudo na internet, e faz parte de uma geração de fisiculturistas que conseguem capacitar melhor suas mentes e são interativos, sabem usar a tecnologia a seu proveito, e mesmo tendo internet e estando tão presente nela, os treinos da vida real são árduos. Essa habilidade de ser alguém na internet e ser essa mesma pessoa e reforçar o que você  diz em teoria pela sua pratica exposta é um lance que faz com que eu me identifique muito com ele, enfim, tem um vídeo de um treino que eu fiz com ele na preparação para o mundial,  estamos todos torcendo por ele e se tudo der certo estarei gritando para ele no mundial.
Outro atleta que notavelmente se destacou foi Fabricio Pacholok, que ganhou o estreantes em 2010, ficou em 2  no paranaense de 2011 e disputou de igual para igual o brasileiro, não classificando mas gerando muitas duvidas entre os presentes, vale a pena pontuar também que Fabricio é atleta de Jiu-Jitsu, já foi campeão estadual, brasileiro e foi disputar o mundial fora do país tudo isso no mesmo ano que ele ganhou o estreantes, e justamente de 2010 para 2011 fabricio conseguiu colocar 10 kilos de massa magra em cima do palco, ou seja, competiu com 93 o estreantes e um ano depois foi vice no paranaense pesando 103. O projeto de Fabrício agora é tentar repetir a dose e ganhar mais 10 kilos em off do que ele já teve, para assim tentar subir com no mínimo 110 kg no ano que vem. Dono de poderosas e trincadas pernas, costas enormes e peitoral massudo, tem tudo o que é necessário e é indiscutivelmente o atleta mais disciplinado e bom de coração que eu conheço.

Também Kevin Godines, de apenas 17 anos, que treina a menos de 2 com seu professor e agora parceiro Fabricio Pacholok, ganhou o Paranaense e ficou em segundo no Brasileiro na categoria sub junior, também causando mal estar em alguns, pois Kevin era indiscutivelmente o atleta maior e mais completo, dono de enormes panturrilhas, pernas e com uma abertura de tronco invejável mesmo para atletas mais velhos, o atleta que ficou em primeiro estava um pouco mais seco, mas está a léguas de distancia de volume e proporção do que Kevin, mostrando assim que o critério definição foi o que os juízes usaram nessa decisão em específico. Independente disso Kevin já tem traçado todo seu planejamento e não tem expectativas ou pressa de competir logo na Junior, pois ele ainda tem tempo e quer fazer bem feito o trabalho de base demore o tempo que for, mas o mais rapidamente possivel para que não tenha ninguém para batê-lo no palco, e a julgar pela sua genética e vontade, isso é apenas questão de tempo.


Impossivel deixar de falar também do Flavio Aparecido, campeão overall estreantes esse ano, e também campeão do The Big Champion, e ficando na quarta colocação no Brasileiro na Class II, só ficando atrás de figuras consagradas como Samuel Vieira e André Di Sainti. Flávio surgiu esse ano impressionando a todos com pernas e panturrilhas enormes, e uma definição e vascularização sem precedentes. Uma pessoa de caráter impressionante que estou tendo o prazer de conviver mais ultimamente, extremamente determinado, talvez o grande trunfo de Flávio seja ter grande experiência e tempo de treino como basista e powerlifter, com treinos de agachamento que muitas vezes chegam aos 300 kilos. 

Logo estarei atualizando aqui com mais fotos de competidores, abração!

André Pajé